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quinta-feira, 6 de maio de 2010


Levantei, meio tonta de sono, sentia um cheiro forte, roupas no chão, tava tudo meio embaçado, me desequilibrei um pouco ao ficar de pé, tinha um copo com resto de bebida no chão, a garrafa tava caída e derramada, aquele cheiro de wiskhy barato tomou conta do ambiente, o som ainda tava ligado, o cd tinha acabado, (obviamente), eu não sabia por quanto eu tinha dormido, talvez eu nem queria ter acordado, as coisas estavam muito confusas. Sentei no chão, bebi o resto do Wiskhy no copo, fiz uma carreta, me levantei, apoiando na parede suja do meu apartamento, um turbilhão de pensamentos veio, assim que eu consegui ficar de pé novamente, me lembrei de tudo, comecei a gritar, mais a voz não saia, pelo menos eu não a ouvia, uma dor no fundo do meu coração tomou conta de mim, foi muito forte, mais forte que eu poderia imaginar, que sentiria, olhei em minha volta, tudo rodava, eu lembrei da noite anterior, ( sim, eu não tinha dormido mais de um dia), lembrei de como ela começou, e como tudo acabou, lembrei dos seus gritos ao falar comigo no final da festa que nos tínhamos dado, não éramos mais uma casal como antes, a solidão tava tomando conta de mim outra vez, lembrei daquelas palavras, que você pronuncio ao dizer, que não me queria nunca mais na sua vida, lembrei dos meus gritos também, te chamando das coisas mais pavorosas, e mais falsas, o que eu dizia não era verdade, não mesmo, nunca foi, você sempre foi meu mundo, lembrei de tudo aquilo que eu queria esquecer a dor tomou conta de mim. Eu vestia um vestido, vermelho, ele estava sujo, com manchas de bebida, meu cabelo estava todo bagunçado, e a minha franja caia na cara, eu não estava suportando o meu próprio cheiro, comecei juntar os fatos, e me lembrei, que logo depois da festa, nos discutimos, e o motiva não se encaixava na minha cabeça, provavelmente, o seu ciúme doentio, e o meu jeito egoísta, duas coisas que nunca combinariam depois que você saiu ,e me deixou, devo ter reconhecido os nossos erros, e tomado um porre, e dormido. Sempre encarei no sono, a forma de fugir do mundo, a forma de fugir dos meus pensamentos, o sono profundo sempre foi a forma que eu encontrei p' diminuir a dor. Agora só me restava isso, dormi, para esquecer a falta que você já estava fazendo.

Um comentário:

  1. ow, que foda! adoro textos assim, é uma coisa meio melancólica e deprimente. eu adoro!
    lembrei daquela conversa que tivemos em um domingo, sobre a tarja preta, a noite anterior...
    lembra?
    ta foda, só não precisava ter exagerado na vírgula. rs

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